Gustavo era um cara normal, horas estava superpilhado e em outros momentos estava mais acalmado, sua maior caracteristica era a metamorfose social.
Na sociedade era visto como um cara integro, com a chinelagem era visto como uma cara engraçado, com os virtuais era visto como beberrão e por todo mundo ele era visto como uma pessoa legal, divertida e de bem com a vida.
Certo dia Gustavo acordou de ressaca e o mundo estava completamente diferente do que ele sempre havia vivido.
Gustavo era o único ser humano capaz de enchergar os defeitos dos outros de uma maneira tão forte mas tão forte que quando foi se olhar no espelho pela manhã ficou chocado com as olheiras, os olhos de tamanhos diferentes seu pescoço monumental e sua cara dividida e marcada por uma linha imaginaria que separava a face sorridente de um dos sorrisos mais macabros que ele viu em sua vida. de repente o telefone toca:
- Alo...
- Alô... aqui é um amigo.
- Que amigo porra?
- Um amigo que tá quer te avisar de algo
- Avisar do que porra?! fala logo filho da puta!
- Te avisar que somente hoje terás o dom de perceber o quanto sua vida é insignificante e mesquinha, assim como também lhe mostrar que vc esta rodeado de pessoas efemeras e egoistas.
- ah vai se fude seu filha da puta!
- Você começou a perceber isso no momento em que acordou, quando pensou "que merda de noite", quando olhou sua cara deformada no espelho... mas não se preocupe você está normal... para os outros... porém vc enchergará nos outros aquilo que você nunca viu, ou porque não quis, ou pq estava deslumbrado demais para perceber.
- Eu vo te mata o filha da puta...
- Não precisa... mas se lembre.. eu estou apenas avisando.
tu tu tu tu tu
Gustavo arrancou o telefone da parede e jogou na parede, em seguida começoua quebrar tudo o que via pela frente. Passado o momento de raiva, constatou que sua casa estava destruida, seus moveis comprado com tanta luta e suor estavam destruidos,eis que então percebeu em si mesmo o quão impulsivo, arrogante e sem respeito pelos outros ele era.
Chateado resolve dar uma volta pelo bairro, no que sai do apartamento encontra sua visinha de andar, como toda boa visinha, ela era extremamente atraente e gostosa... Gustavo entrou no elevador com ela e resolveu puchar um papo... supresa, a cada palavra proferida pela sua visinha ele ouvia "blablablabla" e as babas que se acumulavam no canto da boca dela era semem. Desceram no terreo e o porteiro, seu Adamastor, veio lhe dar um bom dia... o bafo do sujeito era tão grande que Gustavo viu as folagens do jardim murcharem na hora em que seu Adamastor falou a palavra "Bo...".
Recuperado do trauma foi a casa de uns amigos, chegou lá e novamente se horrorizou, seus amigos pareciam uma mistura grotesca de Lemmy do motorhead com um ar pedante como o de chiquinho escarpa, não aguentou ficar dois minutos naquele ambiente se foi embora. Seguindo pela rua e pensando o porque das coisas, Gustavo se depara com uma ex namorada no outro lado da rua, resolve ir até lá conversar com ela... Chegando lá ela o olha, comprimenta mas faz uma cara de tipo "heheheh eu te conheço?", em seguida ela dah a maõ para um cara anão, careca e cheio de sacolas da gucci. Gustavo percebeu então a efemeridade do amor e das relações.
Desolado e cada vez mais angustiado, resolve tomar um trago no bar de costume, ao entrar enchergou as pessoas todas andando cambaleantes e rindo sozinha, um menina jogando futebol com a parede suando como bola uma bolinha de sinuca, viu seu barmen de sunguinha vermelha a proferir olhares para os clientes, mas bem no fundo do bar ele viu algo que atordoou, enchergou uma mesa iluminada com uma mulher sentada, sem nem pensar foi direto à mesa, sentou-se e quis puchar um papo.
A mulher lhe olhou nos olhos e em uma única frase os desconcertou.
- Você... não sabe como é viver assim todo dia, queria eu ser uma retardada que acha o mundo belo e sem problemas, queria eu ser que nem você, desencanado, despreocupado, bonito, saudavel, cheio de amigos... queria não pensar... queria ser como você.
Gustavo então percebeu o tamanho de suas futilidades, fraquesas e num subito momento recobrou a consciencia do mundo em que vivia antes... olhou par ao bar e viu os amigos bebendo e contando piadas engraçadas no bar, a menina que jogava futebol agora estava sentada e abraçada no seu namorado, sendo amavel e carionhosa... gustavo olhou novamente para a mulher e se deparou com uma senhora de uns 95 anos em estado vegetativo e babando feito bebado que urina pela manhã. Apavorado saiu correndo tropecando em tudo e foi até uma loja de armas, correu ateh um terreno baudio, engatilhou a arma apontou para o meio da testa e apertou o gatilho... silencio... nada aconteceu, quando entãou ele olhou para o bico do cano viu a bala lentamente saindo dele e indo em direção a sua testa, foi então que teve sua maior decepção... percebeu-se igual a todos os outros e o pior, teve certeza que tinha o poder de ter tornado a sua vida e a dos outros bem melhor, se não fosse tão fraco, vil e egoista.
Gustavo morreu sozinho, num terreno baudio ao lado de um cachorro vesgo e sem uma perna.
ele tinha 24 anos, estava de ressaca, namorava a 1 mês uma pessoa que tinha visto não mais de 30 veses na vida, e achava que estava sendo feliz.
Ninguem foi ao seu enterro, apenas o cachorro vesgo e se um perna, que um pouco antes de deixar o local disse:
- Bem que te avisei...